Vinte trabalhadores de uma fazenda em Guaraniaçu foram libertados de situação análoga a escravidão, após operação deflagrada pelo MPF (Ministério Público Federal), Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na quinta-feira (12).
Segundo o MPF, os trabalhadores, responsáveis pelo serviço de roçada e limpeza de pasto da Fazenda Planalto, estavam em situação extremamente degradante num alojamento improvisado, feito com pedaços de madeira cobertos com lona plástica preta. As camas eram feitas com galhos de árvores e colchonetes sujos e rasgados.
O alojamento fica a 30 minutos da sede da propriedade e o acesso só é possível com carro com tração 4x4. As pessoas não eram impedidas de sair do local, mas como não havia fornecimento de transporte pelo empregador, a possibilidade de deslocamento era esporádica.
Nenhum dos empregados possui carteira de trabalho assinada ou tinha acesso a instalações sanitárias mínimas. As necessidades fisiológicas tinham que ser feitas no mato. O armazenamento de alimentos era feito de forma insalubre e a água utilizada para beber, preparar comida e para higiene era de um córrego próximo da sede da fazenda.
As vítimas foram levadas para um hotel da região.
Um inquérito policial foi instaurado e as investigações sobre o caso ficam a cargo do MPF em Cascavel e da Polícia Federal. O proprietário da fazenda, Nelson Luis Slaviero, e o responsável pelo agenciamento da mão de obra, João Julio Borges Machado, foram presos em flagrante pelos crimes de redução de pessoa à condição análoga à de escravo e omissão de anotação de vínculo empregatício em carteira de trabalho.
Com MPFPR
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